15/08/2007

Silencio universal partido de Roma. Por Molotov


Tanques de guerra de homens com almas de répteis batizavam e defecavam horrores dentro das colinas e vales dos meus sonhos.
Olhares de mulheres sem voz me faziam suspirar para varandas suicidas que traziam melancolia ao meu esqueleto, e que me aqueciam.
Nas ruas, eu via mulheres adestradas, domesticadas, e procriadoras que desfilavam durante 200 minutos em calçadas com borrões de sangue e entorpecidas por paisagens cinzas.
Fogueiras, cigarros mentolados, chaminés, energia elétrica, quadros de Rômulo e Remo, e histórias de Dido e Cartago se frustravam em apartamentos que iam sendo infectados pelo ódio. Ruptura.
Príncipes montados em cavalos brancos me traziam pesadelos universais e patrocínios eméticos de repressões machistas que por metas, escravos da economia e poesias macumbadas de William Shakespeare não contemplavam minha paz. Me beijavam em tormento.
Castiçais de ouro do Vaticano se transformavam em fuzis que apontavam de relance, lastimas e brasas para minha face.
Sangue e óleo de cravos envernizavam Contrabaixos Celtas do século 19, que faziam músicas atuais para meninas anorexias e bêbadas que iam ser estupradas em 200 minutos.
Judeus bebiam café tranqüilamente. Pintavam mulheres com corpo de cavalo em tela à óleo. Mulheres egoístas!
Garotas hipocondríacas sem voz bebiam remédios nos dias de feriado. Chupavam balas de fezes, cacos de vidros, e medalhas da PAX Romana.
- Emergiam do Lixo.
Sorrisos infernais almejavam chagas e assassinatos que assinavam “Liberdade” em canos da rede de Esgoto que passavam em baixo de prédios com varandas atraentes. Suicidas...
Corpos e seus funerais. Luvas descartáveis, policiais e fotografias. Relatos de sexo e invasões. Charges de Martha Suplicy colados em guarda-roupas. Garrafas de vidros brancos... torrões e mulheres castradas sem voz.
“Como” eu chegaria em Roma?- Minimize ruptura. Acenda fogo já que eles se negam a parar. Já que eles se negam a não poder mais voltar atrás.

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